Empresários baianos miram negócios no mercado argentino
Empresários baianos miram negócios no mercado argentino

Fundada há dois meses, câmara empresarial apresenta planos para explorar oportunidades bilaterais

Em busca de oportunidades de negócios fora da crise do mercado interno, empresários baianos resolveram se unir na tentativa deampliar as relações comerciais diretamente entre o estado e a Argentina. A ideia é obter maiores vantagens nos negócios, evitando as “intermediações e entrepostos, até então muito comuns do Sul e Sudeste e que encarecem muito os preços finais dos produtos para a Bahia e vice-versa”, como explicou Paulo Cintra, presidente da Câmara Empresarial de Comércio Argentina-Bahia (Cecab), fundada há pouco mais de dois meses.
As diferenças climáticas e culturais, resultando em atrativos para o setor de turismo, por exemplo,bem como a força das economias internas da Argentina e da Bahia, “mesmo em cenários recessivos”, são a principal aposta da Cecab, que anunciou ontem, em entrevista coletiva em Salvador, o plano de ação da instituição para este ano. Promoção turística e missões comerciais já
estão agendadas até o fim do ano, em ofensivas que se darão independentemente dos esforços governamentais.
A iniciativa baiana já nasce forte, com a participação do consulado argentino e referendada por importantes entidades da economia local, como as federações da Indústria (Fieb), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), da Agricultura e Pecuária (Faeb) e dos Dirigentes Lojistas (FCDL), além de associações de grande representatividade histórica ou por atividade, como a de distribuidores atacadistas (Asdab) e comercial (ACB).

Estrutura

“O Consulado da República Argentina na Bahia já atuava há mais de 20 anos, mas percebemos que nos faltava uma estrutura desse porte para aproveitar as oportunidades e estimular novos negócios a partir das potencialidades entre o estado e o nosso país”, afirmou o cônsul-geral da Argentina, Pablo Virasoro. Ele enfatizou a importância dos negócios comerciais, mas também da possibilidade de ampliar a troca de experiências na área de conhecimentos.
O presidente da Cecab, Paulo Cintra, acredita que a Bahia pode ganhar não apenas incrementando as exportações, como também obtendo maiores vantagens, quanto a preços e qualidade, nas negociações diretas para importações. “No Sul e Sudeste, temos clima e muitos produtos semelhantes aos da Argentina, mas, na Bahia, podemos ter um diferencial a mais, a exemplo da produção de frutas, que atrai tanto os argentinos, assim como podemos, por exemplo, importar vinhos diretamente, sem tantas intermediações de outros estados”, exemplificou.

Comércio

Os dados estatísticos também empolgam a Cecab: no primeiro semestre, mesmo a Bahia tendo registrado déficit na balança comercial de US$ 285 milhões; no caso específico do comércio com a Argentina, houve superávit:mais de US$160 milhões. No ano passado, em relação às exportações, foram US$ 763 milhões gerados das vendas do estado para a Argentina.
Foi o terceiro principal país comprador de produtos baianos.
Os automóveis exportados da Ford da fábrica de Camaçari e os pneumáticos de empresas como Bridgestone e Continental estão entre os produtos mais comercializados.
Fios de cobre, manteiga, gordura, óleo e pasta de cacau, além do produto em pó, calçados, produtos químicos e gás natural liquefeito também entram na lista.
Produtor de iogurte em Alagoinhas, o próprio presidente da Cecab acredita que sua empresa pode entrar no páreo dos negócios comos hermanos. “É só um exemplo das fronteiras que podemos vencer, juntos, agora com a Câmara”, disse Paulo Cintra, empolgando os 45 associados da entidade.
A vice-presidente da Cecab, Alessandra Nascimento, ainda alertou para os programas de capacitação para negócios como país que serão desenvolvidos para potencializar novos negócios.

Fonte: JOYCE DE SOUSA / Ag. A TARDE /28.11.2014

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